VEREADORES MUDAM NOME DE VIADUTO QUE HOMENAGEAVA GENERAL MILITAR
Os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram, em primeira votação, o Projeto de Lei 4/2006, de autoria do Executivo, que altera o nome do viaduto Milton Tavares de Souza para Domingos Franciulli Netto. O projeto foi enviado à Câmara ainda na gestão de José Serra na Prefeitura, mas foi o atual prefeito, Gilberto Kassab, quem solicitou a votação antes do recesso parlamentar. O projeto foi aprovado com o voto favorável de 33 parlamentares. Quatro votaram contra e outros quatro se abstiveram. Os quatro contrários ao projeto foram Agnaldo Timóteo (PR), Toninho Paiva (PR), Quito Formiga (PR) e Átila Russomano (PP).
Associações de ex-presos políticos solicitavam a alteração do nome à Prefeitura desde 1995. O viaduto liga a Avenida Governador Carvalho Pinto, na Penha, à Avenida Educador Paulo Freire, na Vila Maria. O nome do general foi dado ao pontilhão no dia 29 de julho de 1981. Há outros pedidos de alteração de nomes para a Avenida Presidente Castelo Branco (Bom Retiro) e Elevado Costa e Silva (Centro).
Franciulli Netto morreu em novembro de 2005 e foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), notabilizando-se na luta contra privilégios do Judiciário. Foi um dos líderes do movimento, dentro do STJ, que condenava juízes e promotores que deixavam os tribunais para assumir cargos públicos ou concorrer em eleições.
“A aprovação deste PL significa reconhecermos a luta do povo pela democracia. Tira a homenagem que a cidade fazia a um general que não honrou sua farda porque determinou a eliminação de muitos brasileiros que lutaram por liberdade”, disse o vereador Jamil Murad (PCdoB). General linha dura do regime militar, "Miltinho", como era conhecido, é considerado um dos idealizadores da política de eliminação física de oponentes armados do regime militar. Por volta de 1966, era um dos principais conselheiros do general Emílio Garrastazu Médici. Ocupou os postos mais altos do Exército, como general da 1.ª Divisão, comandou o Centro de Informações do Exército, perseguiu guerrilheiros no Araguaia e teria conduzido sessões de tortura na "casa da morte" de Petrópolis, no Rio.
http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/em-sp-camara-retira-nome-de-general-de-viaduto
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