AOS HERÓIS DA PÁTRIA!
Até 1930 predominava
no Brasil a “República do Café com Leite”, onde os Estados de São Paulo e Minas
Gerais se revezavam na presidência do país, isso ocorria pelo fato de serem os
Estados mais desenvolvidos economicamente e com as maiores populações.
O Paulista Washington Luiz era o presidente na
época e terminando seu mandado deveria nomear um Mineiro à Presidência, mas
após conquistar o apoio de 17 dos 20 Estados daquela época, nomeou o Paulista Dr. Júlio Prestes à Presidência.
Insatisfeitos,
os mineiros romperam sua aliança com os paulistas e uniram-se com o Rio Grande
do Sul e Paraíba para lançar o Gaúcho Getúlio
Vargas a concorrer a Presidência com o Dr. Julio Prestes.
As eleições
presidenciais ocorreram em 1 de março de 1930 e Julio Prestes obteve uma
vitória esmagadora sobre Getúlio Vargas, principalmente em São Paulo com 91%
dos votos.
Mas as coisas não
seriam tão fáceis assim, pois a aliança Getulista (Minas, Paraíba e Rio Grande
do Sul) antes das eleições já articulavam alianças com as Forças Armadas e com
uma minoria dos Paulistas representados pelo PD (Partido Democrático), que, aliás, conseguiram os 9% dos votos
restantes para Vargas.
O então Senador de São
Paulo Cândido Nogueira da Motta, em
um discurso profético na bancada do senado em setembro de 1929, disse:
“A guerra anunciada
pela chamada Aliança Liberal não é contra o Sr. Júlio Prestes, é contra nosso
estado de São Paulo, e isso não é de hoje. A imperecível inveja contra o nosso
deslumbrante progresso que deveria ser motivo de orgulho para todo o Brasil. Em
vez de nos agradecerem e apertarem em fraternos amplexos, nos cobrem de
injúrias e nos ameaçam com ponta de lanças e patas de cavalo!”
O Senador Carioca Irineu Machado não só previu uma
Revolução como também uma reação dos Paulistas:
“A reação contra a
candidatura do Dr. Júlio Prestes representa não um gesto contra o presidente do
estado, mas uma reação contra São Paulo, que se levantará porque isto significa
um gesto de legítima defesa de seus próprios interesses!”
Em 3 de outubro de 1930
estourou a Revolução, os rebeldes dos Estados Aliados rumaram a Capital
Federal, depuseram o então Presidente Washington Luiz e Getúlio Vargas tomou o
poder, sendo nomeado chefe do “Governo
Provisório”, ele dissolveu o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e
Câmaras Municipais, destituiu Governadores e revogou a vigente Constituição
Federal de 1891 que foi promulgada por Rui
Barbosa e que garantia a autonomia dos Estados.
O que era para ser um
Governo Provisório parecia ser “ad eterno”,
o PD (Partido Democrático), composto pela minoria paulista que apoiou Getulio
Vargas, estava insatisfeito com o Governo, pois Vargas não estava honrando os
compromissos firmados com eles, entre os quais, novas eleições para eleger uma
Assembleia Constituinte, todas as tentativas de acordo fracassaram, quando
então, todos os partidos paulistas se uniram formando a FUP (Frente Única Paulista), e através da imprensa escrita, rádio e
comícios, inflamaram o povo paulista com a chama da Revolução e com ideais de
um Estado Democrático e, incendiados com frases motivadoras e impactantes de
seu líder Julio Prestes foram às ruas:
“O que não compreendo
é que uma nação, como o Brasil, após mais de um século de vida constitucional e
liberalismo, retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa
que nos degrada e enxovalha perante o mundo civilizado!” (Júlio Prestes)
Em 23 de maio de 1932,
o coração de São Paulo sangrava de tristeza e impunidade, na Praça da República, em uma manifestação pública composta principalmente por
estudantes de Direito que reivindicavam uma nova constituição, a Polícia entrou
em confronto com os manifestantes, o que resultou no assassinato de quatro
jovens estudantes, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo (MMDC),
esta sigla deu nome a organização secreta que planejou a Revolução Armada que
teve inicio em 9 de julho e término em 2 de outubro de 1932 em que o Estado de
São Paulo com 40 mil soldados paulistas lutou contra o Governo Federal com um
exército de 300 mil homens, uma guerra desigual, mas por uma causa justa.
Perdemos, mas de
cabeça erguida!
Perdemos a guerra armada, mas ainda saímos vencedores, pois o propósito da Revolução foi alcançado, o Presidente Ditador Getulio Vargas convocou a Eleição Constituinte, São Paulo conquistou 17 das 22 vagas da bancada Paulista no Congresso Nacional o que resultou na promulgação da Constituição Federal de 1934.
Perdemos a guerra armada, mas ainda saímos vencedores, pois o propósito da Revolução foi alcançado, o Presidente Ditador Getulio Vargas convocou a Eleição Constituinte, São Paulo conquistou 17 das 22 vagas da bancada Paulista no Congresso Nacional o que resultou na promulgação da Constituição Federal de 1934.
São Paulo perdeu a
guerra civil, mas o Brasil ganhou a Democracia.
Dados oficiais estimam
que 634 combatentes das forças Paulistas morreram e 15 mil ficaram feridos ou
multilados, extraoficialmente, calcula-se que mais de 1000 faleceram.
O feriado de 9 de julho serve para que nós,
Paulistas, possamos reviver em memória a história da maior guerra civil do nosso país promovida por nosso povo e que rendeu tantos frutos a
toda nação brasileira, serve para nos orgulharmos de sermos Paulistas e que
vivemos no Estado mais desenvolvido e com a economia mais forte do país, não
devemos baixar a cabeça nem nos dar ao luxo de não nos envolvermos no processo
político do nosso Estado e Cidade, o voto nulo ou em branco é a maior falta de
respeito aos paulistas que lutaram e morreram pela democracia e combateram a ditadura
Getulista.
Combatamos hoje a Ditadura “Lulista” que impera em nosso país.
Votem! E votem
conscientes!
Bibliografia:
José Alfredo Vidigal
Pontes, “1932, o Brasil se Revolta”, Ed.
Terceiro Nome;
Armando Moraes
Delmanto, “A História da Vitória Política
Paulista”.
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